Um poema e uma fotografia - parte XIX

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Viajar …
andar de baixo da chuva
parar na berma da estrada para dançar,
comer batata frita sem culpa
uma espetada de lesma
caminhar sem rumo
sem medo do escorpião
conduzir à esquerda,
andar de balão.

O novo, o inusitado, o diferente,
o olhar por outros ângulos
o sair da rotina
quebrar o paradigma
derrubar preconceitos
mergulhar, em novos feitos.

É viver outros horários
sentir outros cheiros.

Mesmo que juntos, trilhando a mesma calçada
admirando a mesma montanha
mergulhando na mesma praia,
com as nossas perceções nos falsos olhares
faz com que cada um de nós, as tornem, singulares!

Para uns, uma montanha,
para outros, apenas um monte,
ainda para outros uma subida ingreme.
Quando afinal é somente uma alucinação
num mar calmo e conhecido
que com a nossa ilusão,
nos afasta da razão.

Uma gota no oceano, sem pudores,
há uma renovação.
A distância não importa
ninguém volta igual, no seu coração.


Paulo Brites


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