História concisa do Covid em Portugal – parte II

História concisa do Covid em Portugal – parte II


É certo que o certo, nem sempre é certo. Tal como o errado nem sempre é errado. Também é certo, que neste momento, todos os portugueses sem exceção, deveríamos estar unidos. Unidos e bem unidos. Acima de tudo, pelo combate á covid 19 e pelo evitar a sua propagação, mas também, não menos importante, a recuperação económico-financeira do País. 

Temos tido uma clara falha de planeamento no nosso desconfinamento. Nas últimas semanas, os casos de cadeias ativas de transmissão, ficaram foram de controlo. Temos o País em 3 estados de segurança. Foi necessário manter o estado de calamidade em 19 freguesias de Lisboa. O Alentejo que foi a região menos afetada do País, vê os números disparar, certo que, Reguengos de Monsaraz, é o concelho que mais contribui para isso. 

Mas afinal, onde estão os planos de contenção em lares e casas de repouso da 3ª idade? Os tais que no início da pandemia, a diretora geral da saúde e a ministra falaram? E chegam mesmo ao ponto de dizer que deveriam existir! Que era falha das instituições e seus responsáveis. Onde está a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social? 

Também no caso de Lisboa e Vale do Tejo, embora não seja oficialmente reconhecido, os transportes públicos são deveras uma enorme ameaça e preocupação (são, porque não há). Onde está o Ministro das Infraestruturas e da Habitação? As pessoas têm que ir trabalhar. O país não pode parar. A EMEL retomou a cobrança de parquímetros e com isso, limitou a possibilidade de as mesmas se descolarem, de forma isolada e, em maior segurança. Porquê? É assim uma receita financeira tão importante?   

Também tem sido notório a tradicional forma de ser dos portugueses, e em especial, do nosso Primeiro-Ministro. Há sempre culpados, menos nós! Há uns meses atrás, eram os idosos que pela sua teimosia, não respeitavam o confinamento e, nem mesmo as quarentenas, para quem as tinha que cumprir. Depois evoluímos, passamos a culpar os caravanistas e banhistas. Logo de seguida, vêm os jovens que são uns irresponsáveis. Enfim, todos temos culpa e, ninguém é culpado. Faz o que eu digo, não o que eu faço. 

História concisa do Covid em Portugal – parte II


Mas vamos lá falar de questões de fundo. Lisboa e Vale do Tejo, segundo números oficiais, tem mais casos que a Grécia na sua totalidade. Países como a Dinamarca, avisam: Qualquer dinamarquês que viaje de e para Portugal, se não cumprir quarentena, será despedido do seu trabalho e julgado na Dinamarca. A Áustria, a Suíça, a Grécia … e sei lá mais, não nos deixam entrar no seu território. A Inglaterra, o nosso eterno aliado cor-de-rosa, ao que parece, também não nos irão facilitar a vida. Tudo isso é demonstrativo, do tal sucesso lusitano que os nossos governantes, tanto fizeram questão de espalhar por terras europeias.

Portugal, depende do turismo. É o segmento de mercado mais importante, tanto a nível interno, como a nível externo. É o maior responsável pelo nosso PIB. Dele, dependem, milhares ou milhões de portugueses. Onde está o Ministro Pedro Siza Vieira?

A semana passada, de forma pública, a Ministra da Saúde reconhece que estamos com dificuldades em lidar com as cadeias de transmissões. Que temos bastantes, estão a aumentar, sem que tenhamos possibilidade de as controlar. Lamentavelmente é uma verdade. Também tivemos um acontecimento, no mínimo, caricato. Numa reunião ao mais alto nível, o nosso Primeiro-Ministro, demonstrando total falta de tudo, abandona uma reunião com o INFARMED, dá um raspanete na Ministra e, deixa no Presidente da República a batata quente na mão. Critica os especialistas de saúde a torto e a direito e, vai dias depois, a um canal de televisão, dizer que os antibióticos é que “tratam” dos vírus. 

Ontem, tivemos o Presidente da Camara de Lisboa e da Área Metropolitana de Lisboa, dizer que as chefias todas, e ao mais alto nível (creio que é onde ele se inclui) têm falhado, que são incompetentes!

Pois, para além do vírus, temos mesmo, um problema bem maior! Como é que um País que necessita de turismo, para que a sua economia não pare, vai conseguir aliciar turistas estrangeiros? Bem, não creio que o caminho seja esse. 

Termino com uma ideia que deixei no texto que escrevi a 22 deste mês (veja aqui o texto), tivemos os melhores profissionais do mundo, que mesmo sem ovos, fizeram omeletes. Era a vez dos nossos responsáveis políticos, terem feito o mesmo. Mas não, profissionalmente, são mesmo uma nulidade.  


Enviar um comentário

0 Comentários