Poema ao dia 6 de Novembro de 1998

 
Poema ao dia 6 de Novembro de 1998
Poema ao dia 6 de Novembro de 1998
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Poema ao dia 6 de Novembro de 1998


Nasceu-me um filho, e o mundo, de repente,
ganhou contornos de um sentido vago;
nele o mistério surge, frio e mago,
como um segredo que se sabe e sente.

Vejo-o crescer, e em cada gesto lento,
relembro a vida que, um dia, me fez;
ele é a sombra do que fui, talvez,
e é a luz breve do meu pensamento.

É novo o ser, e eu vejo-me passado,
nas horas que em silêncio a alma estende;
ele é começo, e eu sou já acabado.

Mas vejo nele a infância que não mente,
e embora o tempo o leve e o remende,
há algo em mim que é nele permanente.

Paulo Brites
Nov/2024


Efemérides - Poemas - Paulo Brites

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